Não conheci o Bruno pessoalmente. Nos seguiamos no twitter por conta do ESPN FC, projeto que participei em 2014/2015, ele escrevendo sobre o Vasco, eu sobre o Cruzeiro.

Sete anos depois, na vida regrada por algoritmos, foi uma piada relacionada ao Vasco que apareceu no meu feed e me chamou a atenção.

Pessoas de idades parecidas passando por coisas similares. Fizemos nossas cirurgias praticamente no mesmo dia. Minha cabecinha foi aberta nos dias 3 e 5 de maio de 2021 para tirar um astrocitoma de baixo grau, a dele no dia 4 para tirar um meningioma.

E essa interação quatro meses pós-operatório me fez conhecer um cara muito bacana. De lá pra cá, pudemos compartilhar um pouco das nossas histórias, vitórias, medos e angústias. Seu amor pelo Chico, e eu não tinha ideia do que é amar um filho até a chegada do Samuel. A minha alegria ao apresentá-lo para a Dani Louzada, do Canal Terminal, e que bom para o mundo ver pessoas legais se conectando.

Mais recentemente, a compaixão e o acolhimento ao saber que nossos exames e acompanhamentos seguiram caminhos opostos. O meningioma, teimoso, resolveu crescer e via grupo de whatsapp, vi toda a luta dele e da sua família.

Ontem, a notícia chegou. Bruno descansou e o mesmo grupo de whatsapp das notícias foi o espaço para entender o quão querido ele é.

Que sorte poder ter convivido com ele, ainda que brevemente. Que precioso ter essa interação em um momento de fragilidade de nós dois e ele nunca soube, mas aprendi bastante.

Um abraço fraterno e apertado para a família, Chico, amigas e amigos.

Vá em paz.