(ok, talvez nem tão recente assim. Esse conteúdo foi postado em algumas partes nas redes sociais. No meio de tantas delas, esqueço que o blog é o meu espaço oficial!)
“A gente não conhece quem já passou por isso.” Esse foi um tópico recorrente nas centenas de conversas que tive no meio do caminho entre o diagnóstico e a minha cirurgia. A gente simplesmente não conhecia quem teve um tumor benigno na cabeça. Isso tinha diversas implicações: recomendação de cirurgião, tratamento, quais os caminhos seguir, etc e tal.
Uma vez que definimos o cirurgião e o hospital, começaram a surgir relatos encorajadores e isso foi bom para a minha moral e para a moral da família e amigos. Nas sincronicidades da vida, a Pilar Lacerda conheceu a história da Dani Louzada e o seu canal Terminal. A Dani tem um tumor benigno que, diferente do meu, é inoperável. E criou o canal no Youtube com o objetivo de ser um ponto de acolhimento e informação para pacientes e familiares. “Terminal” não como o fim, mas sim como os terminais de ônibus e trens, um local de passagem.
Passado os meus procedimentos, começamos a conversar, e eu pude conhecer mais sobre o trabalho. Do bate-papo, saiu o convite para a gravação de um vídeo contando a minha história. Gravei no meio de junho, antes dos resultados da biópsia, em um estado de ansiedade bem maior do que hoje. Contei um pouco do diagnóstico, o procedimento e como tocar a vida (coisa que ainda estou descobrindo).
Por mais espaços e iniciativas feito o Terminal. Obrigado pelo convite, Dani!
Tá, e qual foi o resultado da biópsia?
Os resultados da biópsia chegaram no final de junho e, casado com as consultas com os oncologistas, tive boas notícias. A biópsia mostrou que eu tenho um Astrocitoma de baixo grau e a recomendação médica é seguir a vida de uma maneira normal, fazendo acompanhamento por imagem de maneira constante, inicialmente a cada três meses.
Estou de volta às atividades profissionais e voltei também para São Paulo. Nessa semana, voltei a fazer crossfit, de maneira super leve, para colocar o corpo em movimento novamente. Ainda acostumando com o novo ritmo, com as coisas se assentando e impressionado com esse “quadro branco”, essa infinidade de possibilidades e recomeços que a vida proporciona.
Um dia de cada vez nunca foi tão real nessa vida.