(Esse post pode ser considerado cringe, porque remete às coisas de outrora. Nesse caso, a espera. A foto de Lisboa que ilustra é para lembrar do ponto infinito.)
Essa atualização demorou um pouco, peço perdão, mas seguimos.
Estamos tão acostumados com a velocidade das coisas hoje, que eventualmente esquecemos que é preciso esperar. E foi isso que fizemos enquanto a biópsia era feita em Botucatu. Enviamos as lâminas com fragmentos do tumor pra lá no começo de junho e dez dias depois, o resultado dos exames saíram ao longo de uma semana.
Vejam, não é coisa de 20 minutos. Não é um teste simples. É ciência demorada. Ainda bem.
A biópsia confirmou a hipótese do corpo médico envolvido desde o começo. Tenho um astrocitoma de baixo grau e a recomendação é fazer o acompanhamento por imagem e de maneira constante, inicialmente a cada três meses, deixando a quimioterapia e a radioterapia para um outro momento, se necessário for.
Enquanto isso, estou liberado para as atividades normais, inclusive o crossfit, porém de maneira moderada. Num retrato grande, do dia da cirurgia até hoje, o progresso é absurdamente visível. Memória, disposição, visual estão tão bons feito estiveram. Se colocarmos uma lente de aumento, acredito que ainda esteja passando pela fase de “trauma”, um pouco assustado e impressionado com esse “quadro branco”, essa infinidade de possibilidades e recomeços que a vida me proporcionou. Preciso sempre lembrar do que escrevi aqui da última vez, ser gentil e orgulhoso das coisas que fiz. De qualquer maneira, o mais importante é que sinto um alívio imenso em ter passado por essa fase da batalha.
Como sempre, um dia de cada vez.