Comments (11)

  1. Pô cabeça, sei que o texto é grande, mas lembrei dele assim que vi seu post.

    Abraço

    “Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos.
    É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português vulgar que vingará plenamente um dia. Sem que isso signifique a “vulgarização” do idioma, mas apenas sua maior aproximação com a gente simples das ruas e dos escritórios, seus sentimentos, suas emoções, seu jeito, sua índole. “Pra caralho”, por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que “Pra caralho”? “Pra caralho” tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende? No gênero do “Pra caralho”, mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso “Nem fodendo!”. O”Não, não e não!”, assim como o “Absolutamente Não” já soam sem nenhuma credibilidade. O “Nem fodendo” é irretorquível e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência.
    Solte logo um definitivo “Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!”. O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Caetano Veloso. Por sua vez, o “porra nenhuma!” atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que
    possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um “é PhD porra nenhuma!”, ou “ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!”. O “porra nenhuma”, como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se
    estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. Há Outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um”Puta-que-pariu!”, ou seu correlato Puta-que-o-pariu!”, falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba. Diante de uma notícia irritante qualquer um “puta-que-o-pariu!” dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça. E o que dizer de nosso famoso “vai tomar no cu!”?
    E sua maravilhosa e enforcadora derivação “vai tomar no meio do seu cu!”.
    Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável!, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: “Chega! Vai tomar no meio do seu cu!”.
    Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios. E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: “Fodeu!”. E sua derivação mais avassaladora ainda: “Fodeu de vez!”. Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? “Fodeu de vez!”. Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de “foda-se!” que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do “foda-se!”? O “foda-se!” aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta. “Não quer sair comigo? Então foda-se!”. “Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!”.
    O direito ao “foda-se!” deveria estar assegurado na Constituição Federal. Liberdade, igualdade, fraternidade e Foda-se!”

  2. Meu palavrão favorito na verdade é uma frase. E só é meu favorito quando proferido por aquele velhinho do bar. A frase é : DESLIGA ESSA BOSTA AÍ AGORA SENÃO EU TIRO DA TOMADA!!!!

  3. Não sei se é mérito, mas se tem algo que pode fazer com que o mundo tenha que pagar pau para o Brasil, sem qualquer chance de competir, são os palavrões.
    Um imbecil dos EUA pode chegar tranqüilo com um “Fuck you” que eu, com um mínimo de esforço, descarrego tudo, sonora e de boca cheia, com um modesto “FDP”… Simples, direto e eficaz.

  4. karina ts

    Palavrão é uma instituição; mantém a evolução do português. Além disso, o seu uso garante a saudabilidade das pessoas. É a melhor maneira de extravasar as raivas do cotidiano; limpa as veias e previne o enfarte. Só ter cuidado. Sabendo usar, não vai faltar.

  5. Rubia

    FILHADAPUTAVAITOMARNOMEIDUCU, CARALHOBUCETAMERDADECOCO, ZERUELAJAOSEMBRAÇOZEDENDÁGUA!!!!!!!!!!

    eita que maravilha, não tem jeito de falar um só, especialmente segunda-feira às 19h da noite ainda no trabalho…

    obrigada Flip, por esse momento glorioso 😉

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