Uma das coisas que Ford Prefect jamais conseguiu entender em relação aos seres humanos era seu hábito de afirmar e repetir o óbvio mais óbvio, coisas do tipo “Está um belo dia”, ou “Como você é alto”, ou “Ah meu deus, você caiu num poço de 10 metros de profundidade, você está bem?”. De início, Ford elaborou uma teoria para explicar esse estranho comportamento. Se os seres humanos não ficarem constantemente utilizando seus lábios – pensou ele – , eles grudam e não abrem mais. Após pensar e observar por alguns meses, abandonou essa teoria em favor de outra: se eles não ficarem constantemente exercitando seus lábios – pensou ele -, seus cérebros começam a funcionar. Depois de algum tempo, abandonou também esta teoria, por achá-la demasiadamente cínica, e concluiu que, na verdade, gostava muito dos seres humanos.