7 de dezembro de 2005 Felipe

Bonner Simpson

Homer Simpson Recebi por e-mail, via Bela e Tiago, uma matéria da Carta Capital, onde o apresentador e editor-chefe do Jornal Nacional, William Bonner, compara o telespectador médio do jornal a Homer Simpson. O autor do texto, um professor da USP, descreve Homer como “preguiçoso, burro e passa o tempo no sofá, comendo rosquinhas e bebendo cerveja”. Convidados pela emissora, ele e outros colegas passaram o dia conhecendo as instalações cariocas, além de acompanhar o dia-a-dia do jornal. Além disso, percebe-se o tom irônico ao falar da “ante-sala bem suprida de doces, salgados, sucos e café” e das saborosas tortas servidas na sobremesa.
Bonner respondeu dizendo que se referiu ao Homer como um pai de família e que “fracassou no desafio de ser claro e objetivo”. Francamente, não sei se foi uma tentativa de mea-culpa ou uma explicação honesta. Mesmo bem intencionado (são poucas as referências de pai de família), Bonner foi infeliz na comparação. Homer é lembrado por sua burrice. Mas Laurindo Lalo Leal Filho, o cara que escreveu a matéria, pegou pesado nas críticas, tradicionais de alguns professores universitários que adoram escamar a Globo. No entanto, Laurindo toca em outros pontos importantes: a ampla divulgação da violência que a Globo adora fazer e a pouca atenção para notícias mais relevantes.
Fica aberta a discussão, porque honestamente, fiquei em cima do muro.

Comments (7)

  1. Tiago Augusto

    Brother,

    segue o link e a carta de resposta do Bonner Simpson (ops…) no Blue Bus (bluebus.com.br). Não acho que foi simples “mea culpa”, pelo menos me pareceu honesto.

    ‘Homer é 1 trabalhador e pai de familia’, responde Bonner
    http://www.bluebus.com.br/show.php?p=1&id=65619&st=busca

    Bom dia. Recebemos do editor do Jornal Nacional, Wliiam Bonner, atraves da assessoria de imprensa da TV Globo, o texto que publicamos abaixo e que refere o noticiario de ontem do Blue Bus, lista de notas no final. 06/12 Blue Bus

    “No dia 23 de novembro, recebemos, no JN, a visita de professores universitários. Eles assistiram a uma reuniao matinal, em que se esboça uma previsao da ediçao daquele dia. E me ouviram fazer algumas consideraçoes sobre nosso trabalho. Em palestras que ministro a estudantes que nos visitam todas as semanas, faço o mesmo. Nestas ocasioes, sempre abordo, por exemplo, a necessidade de sermos rigorosamente claros no que escrevemos para o público. Brasileiros de todos os níveis sociais, dos mais diferentes graus de escolaridade. E o didatismo que buscamos para o público de menor escolaridade nao deve aborrecer os que estudaram mais. Neste desafio, como exemplo do que seria o público médio nessa gama imensa, às vezes cito o personagem Lineu, de A Grande Família. Às vezes, Homer, de Os Simpsons. Nos dois casos, refiro-me a pais de família, trabalhadores, protetores, conservadores, sem curso superior, que assistem à TV depois da jornada de trabalho. No fim do dia, cansados, querem se informar sobre os fatos mais relevantes do dia de maneira clara e objetiva. Este é o Homer de que falo”.

    “Mas o Professor Laurindo tem uma visao diferente de Homer. Em vez do trabalhador (numa usina nuclear), o acadêmico o vê como um preguiçoso. Em vez do chefe de família, o Professor Laurindo o vê como um comedor de biscoitos. Esta imagem nao é a que tenho, nao é a disponível, num texto bem-humorado, no site oficial da série Os Simpsons, que faz graça do personagem, mas registra que Homer é ‘um marido devotado e que, apesar de poucas fraquezas, ama a sua família e é capaz de tudo para provar isso, mesmo que isso signifique se fazer passar por tolo’…”.

    “Nao sei para quantos professores e estudantes citei Homer, ou Lineu, como exemplo. Mas jamais tive informaçao de que alguém guardasse imagem tao preconceituosa, tao negativa do personagem do desenho. Como profissional, como defensor da nossa imensa responsabilidade social, sinto-me profundamente envergonhado de me ver na obrigaçao de explicar isso. Como trabalhador, pai de família protetor, meio Lineu, meio Homer, reconheço humildemente meu fracasso no desafio de ser claro e objetivo para todos os meus interlocutores daquela manha”.

    Assina William Bonner

  2. Também fico com em cima do muro. Tenho várias críticas à emissora. Mas, esse negócio de se indignar pela comparação de Homer já parece exagerado. Afinal, um grande público atende a esse perfil sim. Na verdade, odeio essa coisa de medir todas palavras e torná-las fatos absurdos e criticáveis.

  3. Iza

    É eu também fico no muro, não concordo com muita coisa que se aprende no Jornalismo, e isso é uma delas, de que o nosso público alvo é um burro, e nós temos que jogar a notícia toda masticada. Até entendo que deve-se ser o mais claro possível, mas prefiro acreditar no jornalismo inteligente que faça a galera pensar e querer pesquisar mais sobre o assunto e assim ter sua própria opinião….
    Ah não sei, tem muita coisa pra ser mudada e espero um dia ter competencia pra colaborar positivamente pra essas mudanças.

  4. Não fico nada em cima do muro. Homer Simpson é uma crítica bem humorada a sociedade em que vivemos, e bastante fiel à realidade.
    Quem se ofende, é porque se identifica. E quem não quer ser chamado de burro, que faça por onde não o ser.

  5. ganso

    essa discussão sobre homer é a menor
    de todas.
    Tem que saber que espécie de seleção de notícias
    é essa.

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