“(…) essa soma não dá US$ 1 milhão. Dá US$ 1 mil”, gritou-me Adam do outro lado da linha. Eu gelei. “Paulo, tem jeito?”, perguntei. “Não”, cravou-me ele, friamente. “Já rodamos 1 milhão e 200 mil capas. E jogar fora 1 milhão e 200 mil capas é um prejuízo impagável (hoje cerca de R$ 100 mil). Podemos, ainda, mexer no texto dentro da revista – mas isso vai atrasar a remessa para o Rio de Janeiro e para o interior de São Paulo”, advertiu-me ele. “Vê se consegue, em dez minutos, alguém para sustentar em on essa dolarização de US$ 1 milhão”
A capa da edição passada da Istoé me deu medo. Medo de saber que a profissão que escolhi pode realmente acabar com a vida de uma pessoa. Medo de saber que o mau jornalismo é praticado, mesmo no maior (e comprovadamente pior) semanário nacional.
Pra mim, talvez pior do que o erro por falta de apuração (vide Escola Base em SP), é o erro por interesse, como nesse caso do Ibsen. O diretor-executivo de Veja resolveu “bancar” o erro, comprometendo também o jornalista responsável pela matéria. Esse tipo de coisa desanima, principalmente quando penso no ideal de fazer jornalismo correto e imparcial. Do que adianta você praticar a imparcialidade ou ser ético, quando um chefe de redação ou um diretor pode “adaptar” sua matéria, para adequar aos interesses do meio?
caio cesar
existem jornalistas e jornalistas, assim como existem borracheiros e borracheiros.
SlothSam
Jornalismo é uma profissão na contramão do capitalismo.
Não é possível conciliar utilidade pública, direito à informação com interesses financeiros/comerciais.
talvez possível, mas, no momento, totalmente improvável, já que os interesses são máxima e não vão sair desse grau de importância tão cedo…
Terence
E o que dizer então qdo vc fica sabendo que a Istoé tb fez mau jornalismo no caso?